sábado, 15 de janeiro de 2011

Baleeiro lança seu novo livro: "Os Dez Sudoestes"

Fonte: Jornal de Beltrão

Contrário a participar de qualquer tipo de evento que reúna muitas pessoas, Jorge Baleeiro de Lacerda fez o lançamento de seu novo livro — Os Dez Sudoestes — bem ao seu estilo, numa propriedade do interior onde reside uma família que mantém velhos costumes da roça.
Somente a família, hoje composta por duas pessoas, e o prefeito Wilmar Reichembah, que reprogramou uma reunião com seu secretariado para a manhã de hoje e assim teve tempo de, ontem à tarde, acompanhar Baleeiro no evento inusitado: um lançamento de livro sem discursos, sem fila para autógrafos nem coquetel, nem solicitação do autor para entrevistas e sessão de fotos.
Baleeiro conhece a família dos Taquarianos, na Linha Farroupilha, interior de Francisco Beltrão, há muitos anos e seguido tem visitado aquela gente simples que, mesmo possuindo boa área de terra — 28 alqueires — e boas lavouras e criações, mantém costumes antigos, começando pela casa de chão batido.
“Eu tava com uma saudade de tu”, disse José Pinto de Oliveira, o taquariano (natural de Taquara, RS), de 87 anos. Ficou feliz com a visita. Tinha chegado há pouco da roça. “Ele foi limpar batata”, disse a filha Pidade, de 59 anos, solteira, única companhia de seu pai. “Ele subiu (o morro da roça) era dez horas e voltou depois da uma e meia.” Eram 15:30 e os dois ainda não tinha almoçado.
Ao receber, de Baleeiro, um exemplar do livro, Piedade exlamou: “Olha ati (aqui) a minha mãe, toitada (coitada), é faletida (falecida)”.
“Desnecessário dizer-lhes, meus dois leitores, que cultivo profunda simpatia pelos Taquarianos. Seo José e sua filha Piedade exemplificam bem a singeleza da vida cabocla”, escreveu Baleeiro na página 123 de Os Dez Sudoestes, muito antes e além depois.
O prefeito Wilmar Reichembach também simpatizou com a família. Junto com Janir Cella e Ivo Pegoraro, foi ver a sala, a dispensa, os quartos da casa, mais um galpão onde é moída cana-de-açúcar e onde carneiam porco, paiol, chiqueiro, o terreiro com galinhas cisando, cachorros, vacas pastando na sombra de guaviroveiras carregadas de frutas e, ao redor, morros cobertos com árvores e pinheiros. A visita demorou mais de uma hora e só então, 17:40, Piedade fez fogo, com sabugo de milho e lenha, para cozinhar arroz com carne de porco, para o almoço dela e de seu pai.
Aos visitantes eles também ofereceram chimarrão, cachaça, balas e um café diferente que eles produzem.
Sentado num banquinho de quatro pés, numa tábua trabalhada que ele diz ser herança de seu pai, José Taquaraiano pergunta quanto custa o exemplar do livro que Jorge Baleeiro está lhe entregando. “Não custa nada, é um presente pro senhor.” “Não vai custar nada? Então, Deus ajude.

Os Dez Sudoestes

Em Os Dez Brasis, Jorge Baleeiro de Lacerda publica artigos que ele escreveu sobre os mais variados assuntos e regiões do Brasil. Nos Dez Sudoestes, artigos sobre o Sudoeste do Paraná já publicados na imprensa.
Nesta primeira edição — que já anuncia o volume 2, pela quantidade de artigos ainda não publicados, além da produção do autor, que continua — tem 184 páginas, todas voltadas para o Sudoeste.
Os Dez Sudoestes muito antes e além depois, de Jorge Baleeiro de Lacerda, lançado pelo projeto Sudoeste em Livros do Jornal de Beltrão, já pode ser encontrado nas livrarias e bancas de revista da cidade.

Piedade e seu pai José, Jorge Baleeiro e o prefeito Reichembach, na cozinha de chão batido da família que reside na Linha Farroupilha.

Piedade e seu pai José, Jorge Baleeiro e o prefeito Reichembach, na cozinha de chão batido da família que reside na Linha Farroupilha.

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